Em 7 de junho de 1981, a Força Aérea Israelense realizou um ataque surpresa às instalações de um reator nuclear em construção em Osirak, Iraque, situada a apenas 17 km da capital Bagdá, no que ficou conhecido como Operação Ópera. Anos antes, em 1976, o governo iraquiano comprou o reator do governo francês, e ambos os países afirmaram que o empreendimento tinha finalidades pacíficas de diversificação da matriz energética do país árabe. O governo israelense, no entanto, alegou que o objetivo era o de fabricação de armamento nuclear, o que justificaria um "ataque preventivo" por sua força aérea. Após o bombardeio realizado por caças F-16, adquiridos dos EUA, dez soldados iraquianos e um engenheiro civil francês foram mortos.

A despeito dos motivos para o ataque apresentados pelo governo de Israel, diversos analistas geopolíticos consideraram que a ação explicou-se pela proximidade da eleição legislativa para o parlamento israelense, quando o partido da situação - o conservador Likud - sentiu-se compelido a reaver a simpatia da opinião pública interna. A solução então encontrada foi a realização de operação militar de baixa intensidade em meio ao cenário de acirramento das tensões no Oriente Médio. Tanto o Conselho Geral quanto a Assembleia Geral da ONU repreenderam Israel através de duas resoluções.

Durante os anos precedentes ao ataque, Israel realizou algumas operações clandestinas na tentativa de deter o programa nuclear iraquiano. Em 1979, agentes da polícia secreta israelense, a Mossad, detonaram uma bomba que destruiu, ainda na França, um primeiro set do reator, antes que este fosse enviado ao Iraque. No ano seguinte, a mesma organização assassinou Yehia El-Mashad, um cientista nuclear egípcio que trabalhava no programa nuclear iraquiano. Suspeita-se que outros ataques a numerosas empresas italianas e francesas envolvidas no projeto tiveram a mesma autoria, assim como o envio de cartas com ameaças a altos funcionários e técnicos especialistas.

22 anos após a Operação Ópera, a alegação de que o Iraque de Saddam Hussein produzia armas nucleares também foi usada por George W. Bush para justificar a ocupação militar daquele país pelos EUA. As armas, no entanto, jamais foram encontradas.


Imagens feitas por um dos F-15 que escoltavam os bombardeiros F-16 
no ataque de Israel ao reator. Filmagens de cockpit como essa ficariam 
célebres alguns anos mais tarde durante a Guerra do Golfo (1990-1991)


Reportagem recente feita nos EUA sobre a Operação Ópera